Abstract |
To project the use of
new technologies in education, mainly of children, it constitutes one of
the largest challenge of the computer science, in the days today. Like
this being, the studies developed in this article intend to highlight, not
just the importance of discussing that theme in the ambit of each school,
but, above all, of making sure an active participation in that process, as
warranties of success of the introduction of computers in the infantile
education.
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Resumo |
Projetar o uso de novas
tecnologias em educação, principalmente de crianças, constitui um dos
maiores desafio da informática, nos dias de hoje. Assim sendo, os estudos
desenvolvidos neste artigo pretendem destacar, não apenas a importância de
se discutir esse tema no âmbito de cada escola, mas, sobretudo, de se
assegurar uma participação ativa nesse processo, como garantias de sucesso
da introdução de computadores na educação infantil.
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Introdução
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A informática se
apresenta como um dos mais interessantes parceiros em alianças que
envolvem atividades ligadas à educação, em geral, e, em especial, a
educação de crianças.
A íntima relação entre informática e educação
se, por um lado, garante uma maior difusão de computadores em setores
delicados como a escola, por outro lado atesta que a informática e,
principalmente, o computador (seu maior intérprete) podem colaborar de
modo decisivo na construção de uma nova sociedade.
Neste contexto, projetar o uso da informática
em educação infantil, significa desenvolver um estudo de caso sobre uma
realidade específica representada pela escola onde se pretende introduzir
o uso do computador em atividades voltadas ao desenvolvimento da criança,
mas significa, também, identificar temas a partir dos quais é possível
extrair importantes elementos para a compreensão da complexa sistemática
que envolve à questão da introdução da informática na educação e seus
reflexos na formação integral da criança.
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Finalmente uma escola informatizada
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A cada dia que passa a
escola vem sofrendo fortes pressões no sentido de introduzir computadores
em suas atividades diárias.
Pressões que surgem principalmente por parte de
sofisticadas campanhas publicitárias que anunciam "maravilhosas ofertas"
de produtos hi-tech, com os quais a escola garante seu passaporte
para o sucesso; de técnicos e burocratas que vêem na informatização das
escolas a fórmula mágica para se auto-promover politicamente; de
dirigentes que acreditam que a informática pode resolver problemas
crônicos de caixa, atraindo um número maior de alunos na hora da
matricula; de pais que quase sempre associam a presença de computadores em
sala de aula à melhoria da qualidade do ensino de seus filhos; dos alunos
que, fascinados pelo argumento e, antes mesmo de qualquer orientação
didática, demonstram grandes conhecimento na matéria; de professores e
todos aqueles que em seus discursos, muitas vezes, carregados de forte
emoção, promovem verdadeiras "apologia ao computador".
Devendo oferecer uma resposta imediata as
expectativas criadas, a escola nem sempre encontra espaços para refletir
se a introdução da informática, em suas atividades, pode lhe ser útil na
realização de tarefas técnico-administrativas, na utilização de
softwares específicos para o ensino, ou simplesmente, na
experimentação de formas de comunicação didática mais interativas e
motivadoras, como as que o fenômeno multimídia anuncia.
Em meio a um cenário de esperanças que se
configura a partir dos sucessos obtidos com a introdução de computadores
em outras áreas, da drástica redução nos custos do hardware, do
contínuo aperfeiçoamento de interface, que facilita a comunicação
homem-máquina, do constante anúncio de programas governamentais que
prometem a curto prazo dotar, também, as escolas públicas de sofisticados
laboratórios de informática, muitas escolas tentam desesperadamente
encontrar nessa "nova presença" mais uma esperança na tentativa de
solucionar velhas mazelas.
Portanto, discutir formas de se introduzir a
informática na educação, sobretudo, na educação infantil, e analisar os
efeitos da utilização desses recursos na dinâmica de sala-de-aula, implica
em seguir uma tendência nova no modo de se projetar o uso de computador em
educação, cujo elemento de partida é a própria análise da introdução de
computadores no âmbito específico da escola.
É inevitável, portanto, antes de iniciar um
processo de informatização, refletir sobre as seguintes questões:
Quando, porque e para que utilizar o computador
nas escolas (tipo de aplicação, os objetivos, etc.)?
Com qual organização didática (os conteúdos
específicos para cada nível de ensino, as estratégias utilizadas,
etc.)?
Com que material didático (o papel do
software didático)?
Qual a competência docente (nível de
escolaridade, competência técnica, consciência crítica, etc.)?
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Os computadores em sala de aula: e agora o que é que eu
faço?
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Quando se discute a
introdução de computadores em educação, freqüentemente, emergem questões
sobre qual seria a real utilidade de tais recursos em atividades de
ensino. Cada resposta unívoca a este propósito parece livre de fundamento,
uma vez que as aplicações deste tipo de instrumento no campo educativo são
várias: dependem, entre outras coisas, do contexto no qual se opera, da
capacidade criativa do professor, do software disponível e,
sobretudo, dos objetivos que se desejam alcançar.
Como recurso instrumental, as experiências
demonstram que o computador pode ser introduzido em, praticamente, todas
as áreas do currículo escolar e em qualquer momento do processo
ensino-aprendizagem desde que adequadamente programado.
Com efeito, graças ao acelerado desenvolvimento
da pesquisa de software, os serviços e as vantagens que a
informática pode oferecer à educação não apenas estão fora de discussão
como, também, vão muito além do que uma visão mais otimista possa
imaginar.
À primeira vista, as vantagens e limitações
originárias da utilização do computador na educação de crianças, por
exemplo, estão vinculadas apenas à forma como o mesmo é utilizado em sala
de aula.
Experiências anteriores nos ensinam que o
computador pode revelar-se instrumento precioso, senão insubstituível, se
utilizado na solução de problemas concretos: somente o conhecimento dos
problemas reais poderá consentir aplicações mais adequadas do computador
no âmbito escolar.
Somente a aplicação do computador ao "exato
problema" consentirá a sua plena explicitação e o funcionamento das suas
específicas potencialidades. E, se o uso da máquina pode ser proposto de
tantos modos, é somente do conhecimento do tipo de problema a ser
enfrentado que depende a decisão de como utilizá-la corretamente.
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Informática na educação infantil: repensando projetos didático-
pedagógicos
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A descoberta das
potencialidades do computador na educação infantil deve ser sempre
considerada em relação à sua aplicação a um campo específico de
atividade.
Verificar onde é possível utilizar o computador
e como usá-lo, elaborar programas didáticos buscando soluções, utilizar
jogos didáticos, divertir-se em atividades criativas, explorar a
composição da máquina ou utilizar o computador para criar desenhos,
manipular imagens, gerar sons, etc. certamente não são indicadores de
falta de criatividade.
Mesmo com muitos limites, aprender ou
simplesmente trabalhar com computador pode ser uma experiência muito
agradável, tanto para professores quanto para as crianças. Portanto, o
problema que se apresenta para a maioria dos professores, que durante o
curso de formação não teve nenhuma experiência com computador e tampouco o
utiliza nas atividades que desenvolve, é entender como o computador pode
ser útil no desenvolvimento de seu trabalho e saber orientar-se na escolha
responsável de seu uso.
Assim sendo, enfrentar o problema com menos
emotividade e mais realismo significa, acima de tudo, reconhecer que o
verdadeiro papel da informática não está nas respostas que instrumentos
como o computador pode oferecer, mas na forma como o professor consegue
configurar, em sala de aula, situações de problem solving.
Significa, acima de tudo, aceitar o fato de que o computador, embora sendo
um instrumento extremamente versátil e potente, mesmo que seja inserido
maciçamente na educação infantil, sua presença, por si só, não reflete em
melhorias na qualidade do ensino e nem tampouco garante que os problemas
cruciais que afligem, sobretudo, as crianças brasileiras, automaticamente,
desaparecerão.
Vale ressaltar, no entanto, que no passado, não
muito distante, assim como o computador, algumas inovações tecnológicas
foram apresentadas como verdadeira panacéia para os problemas da educação
infantil como é o caso do cinema, no início do século, e da TV educativa
nos anos 70.
A previsão de que em poucos anos grande parte
das atividades escolares seria controlada por esses instrumentos não se
concretizou plenamente. Na realidade, hoje se observa que essas
tecnologias assumem um papel um tanto marginal nas escolas, muito embora
os filmes e os programas educativos criados para televisão sejam
fundamentais em específicas situações de ensino.
Provavelmente, na educação infantil o uso do
computador se configure de modo diferente, seja porque as tecnologias
informáticas promovem transformações substanciais, que vão além daquelas
propostas no âmbito das atividades didático-pedagógicas, seja porque
estamos nos movendo, inevitavelmente, em direção a uma sociedade
caracterizada por um elevado grau de informatização de todos os seus
segmentos.
Em educação, o computador, especialmente na
versão personal, se apresenta, hoje, como um objeto tecnológico e
cultural inteiramente novo e em contínua evolução. Entretanto, os efeitos
e as potencialidades futuras dessa interação parecem cada vez mais
condicionados, não somente ao rumo que tomará o processo tecnológico mas
sobretudo ao "domínio" que a escola terá desta tecnologia.
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Os avanços no software didático: um computador como
professor
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O computador, em geral, é
um instrumento válido de inovação tecnológica, tanto em termos de educação
de adultos quanto de crianças, quando se consegue inseri-lo em um processo
educativo no qual sejam claros os objetivos, a metodologia e as
modalidades de avaliação utilizada. Partindo deste pressuposto, a presença
de computadores em sala de aula pode proporcionar grandes avanços no
processo de ensino-aprendizagem através de formas e modalidades diversas
de utilização, sobretudo na educação de crianças, tanto na realização de
trabalhos individuais como de grupo.
Utilizando programas didáticos que exploram ao
máximo os recursos de multimídia do computador (sons, vídeos, desenhos,
cores, animação), a informática vem se revelando excelente fonte de
motivação, na educação de crianças em idade pré-escolar por promover
atividades criativas, ser interativo e oferecer feed-back imediato
ao professor.
Em contato com o computador, a criança pode
melhorar sua perfomance em vários aspectos que vão desde o afetivo
até o intelectual, isto porque, hoje, com os sofisticados recursos da
computação gráfica, dos programas de multimídia e de simulações com
auxílio de Sistemas Especialistas e Realidade Virtual, o software
didático passou a constituir um importante instrumento para a aquisição de
novas habilidades e para o desenvolvimento da capacidade intuitiva e
criativa na compreensão e na solução de problemas.
A possibilidade de assumir, através do jogo,
papeis e funções na esfera do "imaginário fantástico", a tensão criada por
um ambiente caracterizado por situações de desafio, a novidade e a
complexidade da seqüência de fatos que despertam curiosidade perceptiva e
cognitiva, são fatores extremamente motivantes que fazem do
video-game, em geral, um elemento de alto potencial educativo. Os
programas que utilizam o princípio de educational games podem, por
exemplo, conduzir o estudante a um mundo imaginário e "desafia-lo" a
formular estratégias de problem solving, formular pensamento
estratégico e gerar processos de inferência e de decision
making.
Teoricamente os programas didáticos podem, se
devidamente concebidos, também, desenvolver aspectos ligados a
psíco-motricidade, promover a aprendizagem colaborativa e a interação
social da criança. Na prática, porém, tendo em vista que a maior parte dos
programas didáticos em circulação deixa transparecer uma certa dúvidas
quanto ao seu real valor à educação infantil, a utilização dessa
tecnologia se resume em grande parte a um mero sistema de "virar página"
na tela do micro ou, o que é pior, um sofisticado brinquedo eletrônico sem
nenhum tipo de comprometimento didático-pedagógico.
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O domínio da tecnologia: formar para uma consciência
crítica
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Nos últimos anos, os
professores de diferentes níveis sentem cada vez mais forte a necessidade
de se aproximarem da informática, não apenas com o objetivo específico de
assegurar uma refinada atualização profissional mas também na tentativa de
"dominar" o computador enquanto instrumento propulsor de métodos e ações
didáticas, fonte de novos e sofisticados conhecimentos, símbolo de
maior status na sociedade pós-industrial. Neste sentido,
desenvolver capacidade de análise crítica necessária para se estabelecer
uma convivência passiva no mundo da informática educativa, significa estar
condicionado, em parte, pela forma de acesso e de aproveitamento dos
poderosos produtos tecnológicos atualmente colocados à nossa disposição,
incluindo a informática e telemática.
Com efeito, o acesso a centros de formação e
reciclagem na área de informática pode representar um fator importante na
valorização profissional, somente, quando a reciclagem é entendida como um
momento no qual o professor procura obter todos os elementos necessários
para sua inserção plena no processo de informatização de sua
escola.
Partindo da premissa de que o recurso humano é
um dos fatores determinantes no desenvolvimento de um programa de
informatização do ensino, uma discussão centrada, sobretudo, na figura do
professor torna-se estratégico, na medida em que reforça a necessidade de
se estabelecer estratégias eficazes voltadas ao aperfeiçoamento de
professores para as potencialidades educativas do computador, no ensino
das mais variadas atividades, incluindo a educação infantil.
Melhorar a capacidade de agir dos professores,
de modo a adequá-los à evolução dos métodos e processos que manipulam
dados e informações, utilizando os modernos recursos oferecidos pela
tecnologia informática, reforça a necessidade de se formar, antes de
fornecer tecnologia e não formar somente sobre a tecnologia, mas sobre o
processo ensino-aprendizagem, sobre as diversas modalidades de comunicação
didática, sobre a organização das atividades do docente.
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Enfim, uma informática de vulto humano
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A reflexão sistemática
sobre o real papel do computador na dinâmica do processo educativo e sobre
as medidas a adotar para assegurar uma participação ativa neste processo,
em parte, minimiza as enormes confusões criadas por incertezas que não
fazem senão aumentar os riscos de insucessos e de frustrações, uma vez que
a velocidade das mudanças em curso impõe uma notável clareza de idéias.
Neste sentido, investir na qualidade da relação informática e educação
infantil, acima de tudo, significa sensibilizar pais e professores para a
importância da criança assegurar uma participação ativa no processo de
transformação, que vem atingindo o ensino brasileiro, em decorrência da
presença cada vez maior de computadores em sala de aula e compreender que
o verdadeiro enriquecimento das atividades de ensino de crianças se obtém
através da utilização desses instrumentos, em uma lógica aceitável e em
uma precisa direção correspondente à escala de valores, objetivos e metas
que deve perseguir a educação infantil.
Assim sendo, é necessário, discutir cada vez
mais, intensamente, a importância da informática na educação em geral;
avaliar os resultados da introdução de computadores, em especial, na
educação infantil; promover discussões sobre a oportunidade, viabilidade e
relevância da utilização de computadores no ensino de crianças em fase
pré-escolar; proporcionar uma maior aproximação professor/computador
através da oferta de software coerente com os objetivos didáticos,
com a natureza dos conteúdos a serem desenvolvidos e, principalmente, com
as características ergonométricas de seus usuários; desenvolver estudos e
análises sobre a relação informática e educação em áreas específicas;
focalizar aspectos ligados à introdução de computadores no desenvolvimento
do processo ensino-aprendizagem com crianças, sem excluir uma reflexão
profunda sobre o atual papel do professor face aos avanços da tecnologia
(a importância dos cursos de formação, a reciclagem profissional,
etc.).
É necessário, também, reforçar o fato de que a
informática não é senão um recurso instrumental à disposição das escolas
e, como tal, para poder usufruir, plenamente, de suas capacidades
inovadoras os professores devem conhecer suas potencialidades, assim como
seus limites e serem conscientes das conseqüências de seus usos e
eventuais abusos. Em outras palavras, para obter um maior aproveitamento
de instrumentos informáticos na educação de crianças não é suficiente
apenas saber utilizar os recursos de hardware e software e
se manter atualizado com as últimas novidades do mercado de software
didático, mas entender que a escolha crítica do momento e do modo como
deve ser utilizado um instrumento potente como o computador pode propiciar
grandes benefícios à educação infantil, da mesma forma que o seu uso
abusivo pode gerar verdadeiras distorções.
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